quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O ARTESANATO CEIREIRO


Esta gramínea existe com abundância nas serras de Troncoso. Os pastores, quando passavam da serra da Estrela para o Douro, pastorearam as ovelhas nestas serras; arrancavam-na e traziam-na para a Beselga.
Aqui, como eles descansavam e pernoitavam, trabalhavam a junça. Faziam cordas assentos, tapetes, e outros artefatos, como esteiras de azeite. A Beselga era naqueles tempos, a aldeia mais conhecida e mais rica da Península Ibérica, devido à fabricação das esteiras. Elas eram cheias de azeitonas esmagadas, que depois de espremidas, soltavam o azeite. A Beselga já fabrica esteiras desde a pré- história. Os Filisteus foram o primeiro povo que fabricou o azeite no mundo. Este era a maior riqueza daqueles tempos, junto com o vinho, centeio, cevada, trigo, mel, leite, caça e castanha. O milho, batata, café e açúcar, chegaram à beselga depois da descoberta do Brasil em 1500. Os Ceireiros da Beselga, nunca precisaram procurar trabalho, porque ali sempre houve muito serviço e o povo tinha fartura o ano todo. As esteiras são fabricadas na Beselga, desde os tempos dos lusitanos. Quando os portugueses chegaram a Guiné, no século XV e conheceram o sisal, a junça começou a perder o valor e o uso. Em meados do século XX, fecharam todas as indústrias da Beselga; ficou apenas o artesanato, para recordar os grandes feitos desta maravilhosa (gente)!

Amilcar Veiga

Sem comentários: