Esta gramínea existe com abundância nas
serras de Troncoso. Os pastores, quando passavam da serra da Estrela para o
Douro, pastorearam as ovelhas nestas serras; arrancavam-na e traziam-na para a
Beselga.
Aqui, como eles
descansavam e pernoitavam, trabalhavam a junça. Faziam cordas assentos,
tapetes, e outros artefatos, como esteiras de azeite. A Beselga era naqueles
tempos, a aldeia mais conhecida e mais rica da Península Ibérica, devido à
fabricação das esteiras. Elas eram cheias de azeitonas esmagadas, que depois de
espremidas, soltavam o azeite. A Beselga já fabrica esteiras desde a pré-
história. Os Filisteus foram o primeiro povo que fabricou o azeite no mundo.
Este era a maior riqueza daqueles tempos, junto com o vinho, centeio, cevada,
trigo, mel, leite, caça e castanha. O milho, batata, café e açúcar, chegaram à
beselga depois da descoberta do Brasil em 1500. Os Ceireiros da Beselga, nunca
precisaram procurar trabalho, porque ali sempre houve muito serviço e o povo
tinha fartura o ano todo. As esteiras são fabricadas na Beselga, desde os
tempos dos lusitanos. Quando os portugueses chegaram a Guiné, no século XV e
conheceram o sisal, a junça começou a perder o valor e o uso. Em meados do
século XX, fecharam todas as indústrias da Beselga; ficou apenas o artesanato,
para recordar os grandes feitos desta maravilhosa (gente)!Amilcar Veiga
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