terça-feira, 10 de maio de 2011

O FUTEBOL DE OUTROS TEMPOS

Bairrismo e religiosidade

hegámos a 1974 com este ambiente de euforia. Com a Revolução do 25 de Abril, multiplicámos as actividades, quisemos fazer um jornal, um novo campo de futebol, uma sede de convívio para trabalhar...Começámos a pedir subsídios e só podíamos consegui-los desde que fizéssemos os estatutos, a escritura no Registo Civil e os publicássemos num dos jornais mais lidos. Foi assim que, depois de nos termos informado junto da Associação dos Bombeiros Voluntários de Penedono, começámos a redigir os Estatutos - eu e o João Paixão à altura estudantes de Direito - no mês de Dezembro de 1974. Em Março de 1975, já lá vão vinte e oito anos, os estatutos eram apresentados no Registo Civil para lavrarmos a certidão de nascimento oficial da Associação Humanitária , Cultural e Recreativa Beselguense. Em breve, o Diário da República publicitou-lhe os estatutos, bem como o “Primeiro de Janeiro”. Nessa fase, “Mensagem da Aldeia” publicitou-a, quer na nossa região quer junto dos emigrantes. Chegámos a enviar 400 exemplares no já velhinho duplicador “Roneo”.

A sede de Convívio foi outra das conquistas imediatas, uma vez que não havia qualquer café na aldeia e as tabernas (do Chico, do Chefe, da Sr.ª Aninhas, do Sr. Afonso e do Sr. João) fechavam às 9 da noite. A falta de televisão pressionava.


O Desporto foi outra das actividades desenvolvida com afinco. Futebol no INATEL e, depois, na Associação de Futebol de Viseu, com seniores e, mais tarde, com juniores. O Atletismo foi também dinamizado por toda a região. Conseguimos um recinto desportivo dos melhores do concelho.

Até grupo de Teatro –“Ceireiros da Beselga”- tivemos com representações em Viseu.


Mas as pequenas comunidades estão muito dependentes da disponibilidade de quem está na aldeia. E a necessidade de trabalhar leva-nos muitas vezes para longe. Alguma falta de experiência e desorganização viria a fazer fechar as portas por alguns períodos mas o projecto, mais tarde é de novo retomado e reatado o contacto com os sócios.


Autoria: Mário Lourenço

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