quinta-feira, 12 de maio de 2011

O VELHO MOINHO DA RIBEIRA DA DOVESA CUVO

Desde tempos imemoriais que o Homem sentiu a necessidade de transformar os cereais que recolhia ou cultivava, na farinha que depois daria origem a um dos alimentos base que era o pão.
Certamente que a primeira forma encontrada para transformar os grãos e sementes, numa forma mais fácil de ingerir, foi através do sistema de trituração. Para isso, bastava a utilização de duas pedras, uma fixa e outra que seria manuseada à mão por qualquer pessoa. A este tipo de utensílios podemos chamar os trituradores. Era um sistema totalmente manual e rudimentar, no qual podemos incluir as mós planas e os rebolos, assim como os seus derivados que são os almofarizes e os pilões.
Os vestígios mais antigos deste tipo de utensílios remontam às jazidas natufenses da Palestina, datadas de aproximadamente 10.000 a.C.. Contudo, existem registos da sua utilização em outros locais, tais como no Egipto, na Pérsia, na Grécia e um pouco por toda a Europa, incluindo algumas jazidas arqueológicas do período neolítico em Portugal.
Estes tipos de sistemas de trituração, continuam a ser utilizados hoje em dia, nomeadamente por alguns povos de África. Em Portugal, a sua utilização encontra-se documentada até á década de 70, nas regiões de Paredes de Coura e ilhas da Madeira. Como derivado destes sistemas, encontrava-se o chamado pio. Este utensílio era muito semelhante aos anteriores, sendo contudo manejado com o pé. A sua utilização teve grande difusão em Portugal, nomeadamente no norte do território. Existem documentos da sua utilização nas serras do Barroso, Padrela, Marofa, assim como em algumas zonas dos distritos de Vila Real e Viseu, até épocas relativamente recentes.

Sem comentários: